Jorge Mendonça foi o primeiro português a jogar no Atlético de Madrid que idolatrou Paulo Futre e onde hoje brilha João Félix. Começou no Sporting, clube do coração, representou o Barcelona mas as convicções religiosas acabaram prematuramente com a sua carreira. Aos 83 anos conta-nos a sua apaixonante história.
- Conte-nos as origens da sua família e como começou a sua carreira no futebol. - O meu pai, português, foi da Metrópole viver para Luanda, onde conheceu a minha mãe. Tiveram oito filhos, sete nasceram lá entre eles eu, o João e o Fernando. Ele trabalhava no Observatório Meteorológico e como era um grande sportinguista, fundou o Sporting de Luanda. O clima, porém, não era muito bom para a sua saúde e os médicos aconselharam-no a regressar a Lisboa. Ficámos no Campo Grande, muito perto do estádio José Alvalade, aí dei os primeiros passos para o futebol. - Como foi? - Perto de casa havia um terreno abandonado onde nos juntávamos os miúdos do bairro, uns eram do Sporting, outros do Benfica, lá organizávamos os nossos desafios, eram jogos muito renhidos porque entre nós havia uma grande rivalidade. - Aí começou a jogar com joelheira... - Usei-a durante toda a minha carreira por culpa dum acidente doméstico. Eu era muito traquina, numa das vezes em que fiz uma asneira a minha mãe correu atrás de mim com um pau e, para me livrar, saltei por cima duma cama, fui bater com o joelho no chão e fiquei cheio de dores que se reproduziam cada vez que jogava. Tive de ser operado e o médico proibiu-me de tocar na bola durante um ano. - Foi então quando entrou no Sporting? -Sim, tinha 13 anos. Nós éramos muito bons, ganhávamos tudo e por cabazada. Eu tinha uma forma de driblar que era muito difícil que me pudessem tirar a bola, dava muitas assistências, mas marcava poucos golos. O meu pai não gostava disso e prometeu-me um prémio, algo parecido aos cinco euros de agora, por cada um que marcasse. Como eu gostava muito de dinheiro a partir daí passei a marcar de todas as maneiras e feitios. - E os seus irmãos, onde é que andavam? - Como eram mais velhos já estavam nas categorias superiores do Sporting, era a altura dos Cinco Violinos, o Fernando chegou a ter problemas com o Travassos, o Vasques e Cª. que se comportavam como uns deuses intocáveis. Ele era um esquerdino espetacular, mas na esquerda estava o Albano, era impossível tirar-lhe o lugar, mesmo assim chegou a ser internacional. - Mas o tempo foi passando... - Aos 17 anos cheguei aos juniores. Por essa altura chegou o argentino Mário Imbelloni, era jogador-treinador, tinha uma admiração enorme pelo Fernando. A ideia dele era formar a linha avançada do Sporting com ele, eu, o Fernando e outro mais que acho que era um brasileiro, o Miltinho, mas os dirigentes não quiseram, achavam que podíamos formar um grupo de pressão com demasiada força, se calhar ainda se lembravam do poder que exerciam os Cinco Violinos. - Foi então que decidiram ir para o SC Braga? - Resolvemos todos ir para SC Braga. Tive de esperar três meses até ter 18 anos que era a idade em que se podia jogar nos seniores, nesse dia foi uma festa, a partir daí os três irmãos podiam, finalmente, jogar juntos. O SC Braga não pagou pelas transferências. Estivemos lá dois anos, fomos muito felizes. - Por que motivo ser Testemunha de Jeová era incompatível com o futebol? - Pela violência, não pelo contacto pessoal entre os jogadores que é uma coisa normal, mas já se sabe que há futebolistas que entram intencionalmente com dureza sobre o adversário. Eu fui muito castigado pelas lesões, tenho numa perna uma cicatriz de mais de vinte centímetros, daí tiraram-me um quisto do tamanho duma tangerina. Depois estão os insultos, a violência verbal e psicológica, a discriminação racial que, felizmente, com as campanhas que se vão realizando, tem vindo a desaparecer. Eu, como todos, quando me insultavam ou notava que a entrada tinha sido para me lesionar, não podia ficar quieto, reagia mal e respondia, tudo isso formava um ambiente de violência em que eu não podia viver nem queria compartilhar.
- Continua a ser do Sporting? - Até morrer, sempre foi o meu clube e o da minha família, tive uma grande alegria quando o ano passado foi campeão, já estava farto de que fosse sempre o Benfica ou o FC Porto a ganharem. Agora, finalmente, demos com a tecla e oxalá isso dure muitos anos, que o Sporting ganhe é, para mim, uma enorme satisfação. - Sente-se mais angolano, espanhol ou português? - Deus criou a Terra como um todo e não Angola, Espanha ou Portugal por separado, eu sinto-me bem em Espanha que é onde vivo, em Portugal porque aí passei a minha juventude e em Angola onde nasci. Dou-me bem com toda a gente, a estas alturas da vida sou um cidadão do mundo. Leia a entrevista na íntegra na edição impressa ou na edição digital de A BOLA
Hahahahahaha.. "Onde hoje brilha João Félix" ... quase me enfartei , e olha k em kestao de saude me comparo ao cr7 abaixo dos 30. Esses jornais sempre a fazer propagandas vazias, mas nada melhor k uma anedotazinha humorosa para melhorar o dia.... O Feliz brilha com um bis uma vez por ano.
Não entendo o porquê de nunca ter sido internacional por Portugal. Ganhou uma Taça das Taças pelo Atlético (62), e ainda marcou na final, contra uma grande Fiorentina de Kurt Hamrin, treinada pelo lendário Ferruccio Valcareggi. Ganha a La Liga em 66... Não percebo como não vai ao Mundial nesse ano.
“Onde hoje brilha João Félix” PAHAHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHHAHA EU MUITO GOSTAVA QUE ALGUÉM FIZESSE UM POST DA QUANTIDADE DE VEZES QUE OS JORNAIS PUBLICARAM NESTES ÚLTIMOS ANOS, o “quase golo”, a “quase cueca” e a “quase assistência do ano”. CHEGA A SER RIDÍCULO, MESMO A SÉRIO.